Minha Família
Meu amado esposo Carmo, meus filhos queridos Betyna e Bruno.
Do “Caminho Suave” como também o “Garoto Tevê” até o “Pacto pela
Educação”
Hoje compreendo que os métodos desses livros não são os mais adequados, e
que nem todos aprendiam, no mesmo ritmo, nem no mesmo período. Mas sei que a
preocupação da escola era e continua sendo sempre a mesma, a aprendizagem do
aluno. Teve épocas mais intensivas de formação, teve períodos de provinhas para
diagnosticar o índice de reprovação. Veio o Construtivismo. O FNDE injetando
valores monetários pras escolas com menor índice, no IDEB. Teve também
professores com prêmios, conforme o número de alunos alfabetizados. Tanto
Municípios como o Estado adotando programas, muitas vezes com sucesso ou não
para que os objetivos fossem atingidos. Veio a Preparação para o trabalho, o
ensino profissionalizante, o ensino médio, o ensino fundamental de nove anos, e
o ensino médio Politécnico.
Mudaram também as leis, veio à inclusão, Uma Escola para Todos!
Percebi que passa os anos, as décadas, os governos e o único que
permanece ali em constante busca de atualização é a figura do professor, com preocupação
diária e buscando forças para encantar, entusiasmar esse educando a aprender.
O professor permanece sempre na luta mediando o aluno que busca a
aprendizagem.
E o desejo de todo educador é de que o educando alcance o sucesso na sua
vida, como um cidadão do bem, com uma vida digna e feliz. Muitas vezes, esse
profissional de educação não é compreendido por seus alunos, pois a motivação,
muitas vezes não está no que o professor ensina, mas no que está mais acessível
no mundo lá fora, na sociedade de hoje, nos artifícios mais fáceis de ganhar a
vida. Em outras situações o aluno tem seus problemas, suas dificuldades que
atrapalham o aprendizado, e o professor continua lá enfatizando a importância
do estudo.
Para muitos, a escola é o primeiro e talvez o único espaço de orientações
de valores humanitários, mas eles só perceberão disso mais tarde, ou talvez
tarde demais.
A importância da escola na vida de uma criança, principalmente em bairros
mais carentes, locais mais afastados dos grandes centros é de primordial
importância.
Numa das escolas que trabalho há oito anos, a escola é o único espaço de
referência do lazer, da saúde, da cultura daqueles moradores. Tudo acontece na
escola.
O envolvimento e o comprometimento daqueles profissionais que lá atuam
são de significativa relevância. Soubemos que só o que temos a oferecer será de
real e significativa aprendizagem, o que está girando em volta e atraindo os
jovens, não traz, muitas vezes, beneficio nenhum para cada individuo que lá
mora. È lá que se trabalha a questão da sexualidade, as vacinas, a saúde, os
projetos sociais, o transito, o meio ambiente, com parcerias do bairro e do
município.
O aluno de lá não se encanta mais
com o livro “garoto tevê”, mas se encanta com os filmes, outros livros mais
coloridos em 3D, que hoje temos na biblioteca. Encanta-se com as músicas e as
poesias que as professoras trazem as histórias em quadrinhos, as aulas de
informática, viagens de estudo. A
criança, o jovem desenvolve-se com as atividades de teatro, capoeira,
percussão, atividades físicas, que a escola está oferecendo no seu dia-a-dia,
proporcionando das mais variadas oficinas para que esse indivíduo descubra seu
potencial e o seu futuro profissional.
A escola permanece proporcionando, na medida do possível, o melhor espaço
de saber, de busca de conhecimento, com muitos caminhos trilhados e muitas
vezes, não sendo valorizada como deveria numa sociedade com muitos problemas,
desafios diferentes, em várias épocas. Os problemas, as dificuldades mudam, mas
a escola, os profissionais de educação permanecem firmes, se atualizando, com
um único propósito de EDUCAR!
Com a tecnologia, encontrei minha tão amada professora, que me
alfabetizou, fui visita-la, há três anos. Tamanha era a emoção dela e a minha
no reencontro. Nesse instante e em outros que eu como professor há 30 anos
encontro meus alunos já adultos, cidadãos e percebo o porquê estou e porque
outros colegas estão felizes nesta profissão. Este contato humano diário, de carinho,
preocupação, por um período, profissão nenhuma recebe essa gratidão sincera de
cada aluno que valoriza e sabemos que esse não é o nosso pagamento, mas é um
incentivo de continuarmos trilhando nesta caminhada árdua, tão valorosa para
toda a humanidade. Tamanha é alegria de todo professor ao sabermos que ao
reencontrar anos depois o aluno e ele contar que se lembra dos ensinamentos dos
seus professores e que procura seguir feliz na jornada de sua vida profissional
e pessoal.
Nestes 30 anos de magistério tenho o orgulho em dizer que tenho uma filha
formada professora, feliz da já trabalhando. Para completar essa alegria na
revista MÁTRIA, da CNTE, a nível nacional saiu uma reportagem em que mesmo num
país que a educação luta por melhores condições de trabalho e salários ser
professor ainda para muitas pessoas é ter a certeza do desafio que se tem pela
frente. Dentro desta perspectiva apresenta 3 profissionais de educação, de
diversos lugares do Brasil que ainda acreditam que educar é uma profissão importante.
Conta a história, como de outras 2 profissionais, que além de serem filhas de
professaras ainda tem seus filhos na mesma profissão e que amam o que fazem e
fazem por amor. Matéria esta intitulada: “Filha de mestre, professora é!”.
Cópia de partes da matéria da revista Mátria, março\2014:
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